All I Need
São 6 da manhã. Eu devo estar louca em estar acordada, ainda mais no rescaldo do ataque epiléptico… Mas os pássaros estão a acordar e com eles a ânsia de voar, é algo que tento lutar, mas agora vejo, nada disso interessa. Estou a ouvir o último dos Radiohead, coisa que já não fazia há um tempo, e isso puxa-me a vontade de fazer promessas, trocar carinho e até de amar. E agora, embalada pelo cansaço e por isto tudo que estou a ouvir, apetece-me sinceramente ir-me embora. Para o sítio onde as promessas têm cobro e o calor é provocado por mil mãos que afagam os meus defeitos.
Estou tão longe de tudo que às vezes sinto-me longe de mim própria. As lágrimas descem como um ritual rotineiro, não por tristeza, mas por esta frustração de não ser livre para sair daqui e ir ao encontro dos meus fantasmas.
Tenho saudades das minhas preocupações de menina. Crescer foi sempre muito complicado para mim, e então agora… Sinto-me tão desencantada que nem saio do computador para ver um novo dia nascer. Por muito que o amanhecer seja harmonioso, é sempre um prenuncio de mais um dia sem mim. Mais um dia é bom. Mas a espera, a expectativa são coisas muito violentas.
Hoje tentei dançar e não consegui.
Hoje tentei cantar e não consegui.
Não sei se vai ser assim para sempre, mas agora sim, estou assustada com essa possibilidade. A minha graciosidade parece-me uma recordação, e a recordação implica que algo não se volte a repetir. É por isso que é uma recordação. Então eu que sofro de saudade crónica, imagina-me na cama, com o computador ao colo, a minha gata aos meus pés, com os óculos sujos e uma t-shirt de Metallica. A ouvir o despertar, os bons-dias a um novo dia.
Estou doente. Não foi a merda do AVC, é a minha cabeça que não pára, não pára, não pára nunca, e quando adormeço tenho sonhos que me deixam ainda mais cansada. Nem a merda dos comprimidos que tomo me deixam sossegar, não sou pessoa de viver na inércia, quanto mais por obrigação!
Reza por mim, pede por mim que eu estou exausta. Aparece-me e não me digas nada que estou farta de ouvir e de ler. As melhores coisas não se lêem, mesmo que seja um poema subliminar. O sublime está num olhar, num abraço, e não consigo chegar lá porque estou sozinha, mesmo que receba um abraço por minuto. No meio de tanta gente estou sozinha porque me sinto perdida em mim, não me conheço ainda ou jamais.
Reza por mim Reza por mim Reza por mim (e esta música serve para enterrar o que resta de mim numa melancolia profunda, esta música não merecia ser ouvida por mim, eu, que tão frágil sou. All I Need.)
Estou tão longe de tudo que às vezes sinto-me longe de mim própria. As lágrimas descem como um ritual rotineiro, não por tristeza, mas por esta frustração de não ser livre para sair daqui e ir ao encontro dos meus fantasmas.
Tenho saudades das minhas preocupações de menina. Crescer foi sempre muito complicado para mim, e então agora… Sinto-me tão desencantada que nem saio do computador para ver um novo dia nascer. Por muito que o amanhecer seja harmonioso, é sempre um prenuncio de mais um dia sem mim. Mais um dia é bom. Mas a espera, a expectativa são coisas muito violentas.
Hoje tentei dançar e não consegui.
Hoje tentei cantar e não consegui.
Não sei se vai ser assim para sempre, mas agora sim, estou assustada com essa possibilidade. A minha graciosidade parece-me uma recordação, e a recordação implica que algo não se volte a repetir. É por isso que é uma recordação. Então eu que sofro de saudade crónica, imagina-me na cama, com o computador ao colo, a minha gata aos meus pés, com os óculos sujos e uma t-shirt de Metallica. A ouvir o despertar, os bons-dias a um novo dia.
Estou doente. Não foi a merda do AVC, é a minha cabeça que não pára, não pára, não pára nunca, e quando adormeço tenho sonhos que me deixam ainda mais cansada. Nem a merda dos comprimidos que tomo me deixam sossegar, não sou pessoa de viver na inércia, quanto mais por obrigação!
Reza por mim, pede por mim que eu estou exausta. Aparece-me e não me digas nada que estou farta de ouvir e de ler. As melhores coisas não se lêem, mesmo que seja um poema subliminar. O sublime está num olhar, num abraço, e não consigo chegar lá porque estou sozinha, mesmo que receba um abraço por minuto. No meio de tanta gente estou sozinha porque me sinto perdida em mim, não me conheço ainda ou jamais.
Reza por mim Reza por mim Reza por mim (e esta música serve para enterrar o que resta de mim numa melancolia profunda, esta música não merecia ser ouvida por mim, eu, que tão frágil sou. All I Need.)
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