
"De repente, senti o meu corpo como uma massa imensa, inquebrável. E nos meus ouvidos, a Piaf sussurrava qualquer coisa que não consegui entender. (…) Trouxeram-me o casaco que não vesti, quase não conseguia mexer-me. Depois, fui para o carro; fiz a viagem num estado de alerta sensorial, como se os ruídos me tocassem. Em casa, veio o banho, e foi como se tivesse saído novamente do útero da minha mãe". "Dissertação Sobre a Vaidade", performance, dia 3 de Dezembro de 2006
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
Corpo
A casca aperta o tecido viscoso. O musculo dança instavel. O mundo paira como num barco. O bolo passeia, e a cobra vomita. O descanso é um pesadelo e as batidas ecoam. Vivo num inferno, vivo em mim. Impotência do ser. Esperança... utopia. O meu corpo rejeta-me, a minha alma há muito que partiu. Lavo a cara com sal,arde, cura, queima. Do meu peito corre pus, e em mim o musgo aloja-se, servido os vermes dum festim sadico. Minto com o sorriso, desenho com os olhos. Tranquilidade não passa de uma noção que não vivo.
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sábado, 5 de outubro de 2013
Lima(r) aresta(s)
Echo and the Bunnymen. (VOID)
Respiro fundo. A musica será real esta noite. Dançarei descalça na rua, abençoada pela noite e pela dualidade entre a tristeza alegria da solidão. Deitar-me-ei no chão quente.
"Hey! Been trying to meet you." Sou um saco rasgado de amor, que vai espalhando por onde passa. É um defeito de fabrico. "Must be a devil between us" porque procuro-te sempre nas pessoas erradas. Tenho medo de quando te encontrar e que já tenha o saco vazio. Se te encontrar. Se não te tiver encontrado já... "Everybody knows that you're insane", dir-me-ias. E a verdade é que eu sei, e já que nem a medicação que torna menos louca, resta-me o exilio forçado pela minha incompetência de ser feliz.
Venus in Furs. Penso no sonho que tive contigo hoje. Acordei em panico; no sonho dizias-me que eu devia fazer um tratamento como o teu. Via-te a correr atrás do carro e a desistires, com a tua irmã a apertar-te a mão. "Different colours made of tears". Uma mosca dança em meu torno, talvez já seja um cadáver e não saiba. Canto os meu pulmões fora de mim, a angustia da saudade abraça-me até o ar me rejeitar, e com o ar, tu. O respeito que te prometi atormenta-me. "Le amours perdues" avisa-me o Serge. Amo-te há demasiados anos, uma vida. Recordo-me de tudo como se tudo se tivesse passado ontem. Fez 12 anos no dia 3 agosto, abençoado por Placedo. Como aquela musica faz tanto sentido. "All alone in space and time, there's nothing here but what here's mine". Não te espero. O teu corpo já esta cheio, e a minha presença em ti não passa de uma memória que preferias não ter.
Encontrar-nos-emos-emos noutro sonho.
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