Reflexões #245 e Troca o Passo

Amanhã tenho consulta nas Caldas. Vão avaliar o meu caso, para ver se consigo ir para o Hospital Termal fazer terapia. Estou a sofrer uma mudança brutal, sem me aperceber. Ou não quero perceber. Vou com a corrente e o que for, será. Mas não deixo de estar assustada com isto tudo… Isto tudo é tão grande e violento, uma imensidão de sentimentos contraditórios que me fazem sentir livre. Livre no sentido lato da palavra.

Tenho que falar do que aconteceu na residência. Ainda não digeri muito bem o que isto significou para mim, mas também não faço o esforço. Foi o que simplesmente foi, quero gozar este sentimento de liberdade, pois para mim o Dogma permitiu-me ser livre, mas como outra coisa qualquer. Quando vivemos numa prisão (física, refiro-me) tudo o que acontece é um desafio, e estás sempre a testar os teus limites, sempre para voares o mais possível. Senti-me tão bem naquele palco, como se pertencesse lá (isto é uma coisa arrogante de se dizer?), não como artista ou actriz ou performar ou outra coisa qualquer, também porque eu não sou nenhumas dessas coisas, sou a Daniela ou a Né. E a Né sempre precisou dos outros, como num estado de dependência estúpida, eu preciso mais do público do que eles de mim. Digo-te isto com todo o meu coração, pois é a minha verdade, e não me interessa debater o “porquê”. Passei muito tempo a pensar. Quero fazer coisas do coração e não da cabeça. Se me apetecer despir em palco, faço-o, e não me interessa se é gratuito ou não, simplesmente é. Todas as coisas acontecem por um motivo, logo nada é gratuito.
Mas não sei se quero palco, não sei mais nada do eu este momento em que estou a escrever para ti. Não sei qual será o meu futuro, mas não tenho pressa. Tenho que me explicar melhor noutra altura. Hoje não. Amanha vou dar um passo à frente de todos os que dei para trás.

Comentários

Anónimo disse…
Para quem esteve na sombra dos bastidores a assistir a tudo, ao prólogo da entrada em cena, ao decorrer do teu acto e ao desenlace de todo o evento, aquilo que escreveste faz todo o sentido.

Na minha opinião estreaste-te da melhor forma. Em cena, foste não uma personagem mas tu própria, e a narrativa a tua própria vida. Quanto ao público, quer aquele que estava diante de ti, quer o que estava nos bastidores (tal como eu), foi testemunha de tudo isso.

É esse o teu mundo. É nele que se encontra a tua liberdade, se não agires pelos "porquês" e pelos "ses", mas sim pelo que vives e sentes no momento.

Percorre os teus palcos, que eu estarei nos bastidores a sorrir, torcer por ti e aplaudir-te. ;)
Anónimo disse…
temos todos os dias coisas que nos impõem a decisão de ficar nos bastidores ou de ir para palco. não sei onde pertences (tu sabes?) mas não é certamente numa sala de espera..

go go girl, coisa mai linda que conheci nestes dias..

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