"Too Real to Belive..."

Day 1
10-07-08

Não sei se sabes ou não, mas este blog tem um motivo de existência, – lembras-te de ter falado na Oportunidade do Espectador (orientado por Rogério Nuno Costa, seguindo as regras do Dogma’05)? – é um projecto. Eu não gosto de repetir coisas que já estão escritas, clica nos nomes para ficares a par do que é este projecto.

Vim para Lisboa no dia 9, e fui apresentada a duas colegas que já cá estavam, a Katinka e a Katja, de Berlim. Os outros participantes, o Hugo e o Alexandre (que também não conheço pessoalmente) chegam esta semana. Só no domingo é que estamos todos juntos.
Estamos constantemente a ser filmados, porque o que fazemos é já o resultado (ver Dogma’05), podes aceder à casa através do http://www.rogerionunocosta.com/house.html. (Nota: Macs e Firefox não lêem.)

Ontem de manhã o Rogério esteve a falar do que era o Dogma’05 e o que era. Já tinha lido sobre essas regras, mas assim tivemos a oportunidade de esclarecer alguns pontos e dúvidas. O dia foi dedicado a brainstormings e apresentações dos projectos. Eu não sabia o que ia fazer. Senti-me perdida e confusa, a nadar num mar de experiencias e sentimentos, e não conseguia sequer pensar. Tirava apontamentos só para não me esquecer das coisas, e não para reflectir nelas. Discutiu-se tanta coisa que tinha a impressão de não ter apanhado nada.
E eis que surge uma ideia, hoje de manhã ao acordar, e anotei no telemóvel o seguinte:


“O universo da espera, do tempo, da paciência – suspensão da vida, pausa – a dimensão do tempo. O sentimento de impotência, frustração e a conformidade.”


Consegues perceber? É agora que preciso mesmo de ajuda para organizar esta cabeça.
Aceitam-se sugestões, devaneios, seja o que for. Agora és tu que entras em cena. Preciso de ti!

Comentários

Anónimo disse…
Ao ler a tua ideia, reflecti um pouco e surgiu-me isto na cabeça. Espero que te sirva de algo... assim que me ocorrer mais alguma coisa, coloco aqui. Bem, aqui vai (desculpa o meu português pois isto foi escrito online):


É também o universo dos altos e baixos, avanços e recuos, decepção e optimismo lado a lado... resistência e persistência na procura de um futuro melhor, mas acima de tudo o estado de indefinição que leva à suspensão da vida. Não há nada mais frustrante do que uma mente criativa e expontânea, ansiosa por se manifestar para si e para o mundo, mas que não consegue comunicar com o corpo, ou o corpo que não consegue corresponder ás expectativas da mente. A falta de comunicação entre o sujeito e ele mesmo, a sua confusão, e a dos outros ao aperceberem-se que este trava uma luta solitária, pois é acima de tudo um conflito interior. Uma solidão ainda mais penosa, pois até o corpo se afasta dos seus compromissos. Resta apenas a mente e a sua voz interior, o pensamento, a dúvida...o medo... constante e recorrente. O questionar de uma nova realidade (e da realidade em si... a sensação que se irá acordar de tudo isto e regressar à realidade segura e normal que dantes era conhecida - pois tudo o que se passou é demasiado repentino, absurdo, incompreensível para ser realmente verdadeiro, não?), que põe em causa o Tempo que passou e o que ainda está para vir.

um cansaço recorrente de toda esta situação suspensa e da impotência que põe em causa as capacidades e valores pessoais.

A angústia por não se conseguir sair de uma prisão tão depressa quanto se deseja, como alguém submerso que tenta nadar para a superfície para respirar livremente, mas encontra sempre fitas de algas que lhe vão prendendo os pés e adiando a sua subida.

Uma suspensão claustrofóbica da mente, da voz interior que anseia por se poder manifestar com a realidade, tanto sua como dos outros.

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