Mártir, Heróina, qualidade "Mãe"
Ás vezes tenho medo, principalmente medo de ter um ataque epiléptico. Mas este fim-de-semana tive medo de morrer. No fundo tenho sempre medo dos ataques de pânico e da epilepsia por um medo inconsciente de morrer. Mas só neste fim-de-semana tive a perfeita noção que era isso que me assustava. E quando vou a casa é pior. Sinto uma pressão enorme para parecer bem para não assustar a minha mãe. Ela vive com o coração nas mãos desde que nasci (sempre fui uma criança muito doente, com febres altas e coisas assim) então neste quase 14 meses tem sido demais. Sinto-a cansada; trabalha bastante e agora faz horas extra. Ás vezes tenho medo que ela não aguente, os anos de trabalho já se sentem no corpo, mas ela insiste, puxa sempre mais um pouco para além do limite. Admiro a mulher que ela é. Mas cada vez que ela chega do trabalho está esgotada, do trabalho, da pressão psicológica dos patrões. Ele disse que uma colega de trabalho caracterizou aquela fábrica como um “campo de concentração”.
Tenho vindo a acompanhar os anos de trabalho ao jantar, quando ela conta o seu dia. E passou da excitação, das cusquise das colegas, para o total desespero. Sempre quis tira-la de lá. A minha mãe já não tem 40 anos. O corpo clama descanso. Os pulmões estão cheios de pó daquela merda de sítio que corrói os brônquios, que lhe come a agilidade, que lhe a faz ter vontade de arremessar as coisas contra a parede e dizer “BASTA!!! Eu sou um Ser Humano, não um animal!!”
Penso muitas vezes que se fosse rica que a primeira coisa que fazia era tira-la de lá. Tenho de ser forte por ela e por mim. Já teve a sua (enorme) dose de sofrimento.
“Estou cansada”, dizia eu. Agora é que me apercebo do quão estúpido foi o que disse.
Tenho medo que as pessoas que amo morram. Aprendi que a vida é um fôlego, e a morte custa mais a quem cá fica do que aos que partem. Insisto que ela tome conta de si, mas parece que ela se privou de tudo para a minha irmã e eu. Este aspecto mártir que ela sempre teve assusta-me…
Tenho vindo a acompanhar os anos de trabalho ao jantar, quando ela conta o seu dia. E passou da excitação, das cusquise das colegas, para o total desespero. Sempre quis tira-la de lá. A minha mãe já não tem 40 anos. O corpo clama descanso. Os pulmões estão cheios de pó daquela merda de sítio que corrói os brônquios, que lhe come a agilidade, que lhe a faz ter vontade de arremessar as coisas contra a parede e dizer “BASTA!!! Eu sou um Ser Humano, não um animal!!”
Penso muitas vezes que se fosse rica que a primeira coisa que fazia era tira-la de lá. Tenho de ser forte por ela e por mim. Já teve a sua (enorme) dose de sofrimento.
“Estou cansada”, dizia eu. Agora é que me apercebo do quão estúpido foi o que disse.
Tenho medo que as pessoas que amo morram. Aprendi que a vida é um fôlego, e a morte custa mais a quem cá fica do que aos que partem. Insisto que ela tome conta de si, mas parece que ela se privou de tudo para a minha irmã e eu. Este aspecto mártir que ela sempre teve assusta-me…
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