Dia D - Visão do Nuno
O Nuno comentou no blog...
Foi a noite mais longa de que tenho memória.Lembro-me de olhares para mim e de pedires algo, não percebia o quê. "Deve ser um ataque de pânico". Como podiamos pensar noutra coisa? E de facto havia pânico no teu olhar.Não me vou esquecer dos teus olhos. Depois de poucos minutos (uns 2/3 minutos) mas que pareceram muitos mais, saí a correr buscar um taxí. Primeiro não percebeu bem o que queria e depois não gostou da ideia. Também não percebeu a gravidade da situação. Nem nós a sabiamos. Lembro-me depois de ter sido tudo mt confuso e rápido, um borrão de memórias: não conseguiamos por-te a andar, nem sempre estavas consciente. Peguei-te ao colo, parecias um pardal ferido. Ficaste tão pequena e tão frágil. O que se passou a caminho hospital, não sei, fiquei em casa à procura de documentos. Fui para o Hospital, a Rebeca explicou-me o que se tinha passado, que estavas lá dentro, que tinhas vomitado. Perguntaram se tinhas andado a tomar medicação e pedi ao Pedro para me dar essa informação (ele já estava em casa por essa altura, ou foi por esta altura, não me lembro bem). O Pedro também confuso foi tb ter ao hospital com mais medicamentos que tinhas por casa (drogada do caneco). Depois pediram para ir alguém falar com a médica. Queria saber se tomavas drogas ou tinhas algum tipo de problema que justificasse o que se passava. Dizia que não estavas a reagir. Não o disse, mas percebi que já não estavamos a falar de um simples ataque de pânico. Iam levar-te para Leiria e pediram o contacto de familiares. Dei o da tua irmã, que estava no teu telemovel. Falei com ela primeiro a explicar a situação, para ela falar depois com a tua mãe. Sempre a falar de ataque de pânico, sempre a fugir ao pior. Lá no fundo acho que todos sabiamos que não era assim tão simples, sabiamos que algo de mais complicado se passava. Depois apenas te vi a ir para a ambulância. Falei mais uma vez com a tua irmã, para explicar o resto que se tinha passado. Quando te voltei a ver nos Covões foi um alívio. Estavas com muito melhor cara, melhor do que chegei a pensar. Já deveria saber: és dura de roer rapariga. Pena não haver mais umas poucas como tu.
Depois enviou-me este mail...
Já lá fui (ao blog) e comentei. Epá, tá um bocado mauzinho (o comentário) mas pronto, queria que soubesses o que senti no momento. Engraçado que na altura parecias tão fragil. Sempre pareceste frágil, magra e tal, mas sempre forte, decidida, teimosa (chata). No entanto, naquele momento, os olhos... a maneira como olhavas... atravassava de um lado ao outro.Acho que os olhos são memso o espelho da alma porque a maneira como eles brilhavam quando estavas com o pessoal nos Covões... ali soube que ias ficar bem. Que podia passar-se merda, que podia ser dificil recuperar, mas que ias ficar bem ou mais forte. és uma lutadoraadmiro isso, e não devo ser o unico. E, já agora, a tua irmã: outra rapariga forte e rija como tudo. Deve ser coisa de familia. Bom, vou chupar mais uma mebocaina.beijo. nuno
17/02/08
Foi a noite mais longa de que tenho memória.Lembro-me de olhares para mim e de pedires algo, não percebia o quê. "Deve ser um ataque de pânico". Como podiamos pensar noutra coisa? E de facto havia pânico no teu olhar.Não me vou esquecer dos teus olhos. Depois de poucos minutos (uns 2/3 minutos) mas que pareceram muitos mais, saí a correr buscar um taxí. Primeiro não percebeu bem o que queria e depois não gostou da ideia. Também não percebeu a gravidade da situação. Nem nós a sabiamos. Lembro-me depois de ter sido tudo mt confuso e rápido, um borrão de memórias: não conseguiamos por-te a andar, nem sempre estavas consciente. Peguei-te ao colo, parecias um pardal ferido. Ficaste tão pequena e tão frágil. O que se passou a caminho hospital, não sei, fiquei em casa à procura de documentos. Fui para o Hospital, a Rebeca explicou-me o que se tinha passado, que estavas lá dentro, que tinhas vomitado. Perguntaram se tinhas andado a tomar medicação e pedi ao Pedro para me dar essa informação (ele já estava em casa por essa altura, ou foi por esta altura, não me lembro bem). O Pedro também confuso foi tb ter ao hospital com mais medicamentos que tinhas por casa (drogada do caneco). Depois pediram para ir alguém falar com a médica. Queria saber se tomavas drogas ou tinhas algum tipo de problema que justificasse o que se passava. Dizia que não estavas a reagir. Não o disse, mas percebi que já não estavamos a falar de um simples ataque de pânico. Iam levar-te para Leiria e pediram o contacto de familiares. Dei o da tua irmã, que estava no teu telemovel. Falei com ela primeiro a explicar a situação, para ela falar depois com a tua mãe. Sempre a falar de ataque de pânico, sempre a fugir ao pior. Lá no fundo acho que todos sabiamos que não era assim tão simples, sabiamos que algo de mais complicado se passava. Depois apenas te vi a ir para a ambulância. Falei mais uma vez com a tua irmã, para explicar o resto que se tinha passado. Quando te voltei a ver nos Covões foi um alívio. Estavas com muito melhor cara, melhor do que chegei a pensar. Já deveria saber: és dura de roer rapariga. Pena não haver mais umas poucas como tu.
Depois enviou-me este mail...
Já lá fui (ao blog) e comentei. Epá, tá um bocado mauzinho (o comentário) mas pronto, queria que soubesses o que senti no momento. Engraçado que na altura parecias tão fragil. Sempre pareceste frágil, magra e tal, mas sempre forte, decidida, teimosa (chata). No entanto, naquele momento, os olhos... a maneira como olhavas... atravassava de um lado ao outro.Acho que os olhos são memso o espelho da alma porque a maneira como eles brilhavam quando estavas com o pessoal nos Covões... ali soube que ias ficar bem. Que podia passar-se merda, que podia ser dificil recuperar, mas que ias ficar bem ou mais forte. és uma lutadoraadmiro isso, e não devo ser o unico. E, já agora, a tua irmã: outra rapariga forte e rija como tudo. Deve ser coisa de familia. Bom, vou chupar mais uma mebocaina.beijo. nuno
17/02/08
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