Desistir

Estou a ouvir os concertos que estão a dar na esad. Eu estou na cama. Tentei lá ir; descansei, vesti-me, maquilhei-me (coisa que não faço desde... ui, Março?) e meti-me a caminho com a Inês, uma moça que vive comigo. Dois pares de calças; três camisolas, uma delas de lã, comprida; um blusão mega quente impermeável; dois pares de meias, a de dentro com bolsinhas para os dedos e a de fora, térmica.
Queria mesmo ir à festa. Sinto falta de pessoas, sinto falta de pertencer a algo, fugir de vez em quando e esquecer as minhas limitações por muito intrínsecas que sejam. Realmente estas semanas têm sido difíceis, por isso evito escrever. Ainda estou a processar isto tudo que é de uma magnitude que não consigo abarcar. Sinto-me um pouco derrotada pelas circunstâncias. E hoje pense “quando caí” – quando tive o AVC – “estava longe de imaginar as mudanças que isso implicaria na minha vida”. Porra. Tenho medo, não dos ataques nem dos AVCs, mas de perder a esperança. E ela vai-se desvanecendo cada dia que passa. Pela primeira vez, tenho medo de desistir.

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