Catatónia
Estou assustada, estou assustada, estou assustada, cada vez sinto menos o pé e a mão, cada vez estou mais fraca, tão fraca que levantar a mão é penoso, não só pelas dores, mas também pelo esforço. Tão fraca que os meus lábios vertem a bebida, não vedam bem. O que está a passar comigo? Não perdi os movimentos, mas estou tão fraca que estou na cama há 24h. Espero sempre que, quando acordar, esteja normal, e aí levanto-me e só sinto a parte esquerda. Era como se tivesse outro AVC, mas fosse capaz de me mexer.
E o meu cérebro… Perco muitas vezes a noção do que estou a fazer. Ontem, uma contínua estava a explicar-me onde era uma sala e eu fiquei ali, 1 ou 2 minutos sem entender o que ela estava a dizer. Como se ela, por um momento, começasse a falar russo. Ela olhava para mim como se eu fosse maluca, e eu pedi-lhe para repetir uns 4 ou 5 vezes para ver se ganhava tempo para finalmente perceber o que ela estava a dizer. Eu sei que existe um tipo de epilepsia que é isso mesmo, chamam-se “Ausências”. Nunca tive tantas ausências na minha vida, sejam elas crises epilépticas ou paranóia. Por exemplo, estou a escrever no computador e as palavras saem espontaneamente porque o meu raciocínio está tão lento que escrevo mais depressa do que penso. Às vezes paro para ler o que já escrevi e demoro uma eternidade a concertar-me.
A minha medicação para a epilepsia foi aumentada na segunda-feira passada. Estou num estado quase catatónico, tenho tanto medo se ficar assim para sempre!...
Neste momento a paciente está a tomar:
Manhã
- 1 comprimido de Sertralina, 50 mg (antidepressivo)
- 1 comprimido de Oxcarbazepina, 300 mg (anticonvulsivantes)
- ½ comprimido de Fenitoína, ou seja, 50 mg (anticonvulsivantes)
Tarde
- 1 comprimido de Fenitoína, 100 mg (anticonvulsivantes)
Jantar
- 2 comprimidos de Oxcarbazepina, ou seja, 600 mg (anticonvulsivantes)
Deitar
- 2 comprimidos de Clonazepam, ou seja, 1mg (anticonvulsivantes, e oportunamente ansiolítico…)
- ½ comprimido de Fenitoína, ou seja, 50 mg (anticonvulsivantes)
Agora é que me estou a aperceber da quantidade de droga tenho nas minhas veias. Drogas legais, ou como dizia a Sarah Kane, “lobotomia química”. É um preço, uma multa que vou pagar por ter sobrevivido.
E o meu cérebro… Perco muitas vezes a noção do que estou a fazer. Ontem, uma contínua estava a explicar-me onde era uma sala e eu fiquei ali, 1 ou 2 minutos sem entender o que ela estava a dizer. Como se ela, por um momento, começasse a falar russo. Ela olhava para mim como se eu fosse maluca, e eu pedi-lhe para repetir uns 4 ou 5 vezes para ver se ganhava tempo para finalmente perceber o que ela estava a dizer. Eu sei que existe um tipo de epilepsia que é isso mesmo, chamam-se “Ausências”. Nunca tive tantas ausências na minha vida, sejam elas crises epilépticas ou paranóia. Por exemplo, estou a escrever no computador e as palavras saem espontaneamente porque o meu raciocínio está tão lento que escrevo mais depressa do que penso. Às vezes paro para ler o que já escrevi e demoro uma eternidade a concertar-me.
A minha medicação para a epilepsia foi aumentada na segunda-feira passada. Estou num estado quase catatónico, tenho tanto medo se ficar assim para sempre!...
Neste momento a paciente está a tomar:
Manhã
- 1 comprimido de Sertralina, 50 mg (antidepressivo)
- 1 comprimido de Oxcarbazepina, 300 mg (anticonvulsivantes)
- ½ comprimido de Fenitoína, ou seja, 50 mg (anticonvulsivantes)
Tarde
- 1 comprimido de Fenitoína, 100 mg (anticonvulsivantes)
Jantar
- 2 comprimidos de Oxcarbazepina, ou seja, 600 mg (anticonvulsivantes)
Deitar
- 2 comprimidos de Clonazepam, ou seja, 1mg (anticonvulsivantes, e oportunamente ansiolítico…)
- ½ comprimido de Fenitoína, ou seja, 50 mg (anticonvulsivantes)
Agora é que me estou a aperceber da quantidade de droga tenho nas minhas veias. Drogas legais, ou como dizia a Sarah Kane, “lobotomia química”. É um preço, uma multa que vou pagar por ter sobrevivido.
Ainda há esperança
Ainda há esperança que tudo acabe
Ainda há esperança que tudo acabe bem.
Comentários
Tas a passar uma fase complicada de ajuste , mas essa quantidade de drogas vai fazer com que acabes com montes de outros problemas..
Nao estejas assustada. Ás vezes para conseguirmos andar mais rapido em frente temos de retrocer um pouco para ganhar balanço :)
Essa confusao.. eu acredito que seja temporaria.. Eu acredito que é o teu corpo a manifestar-se contra tudo o que lhe aconteceu.. Eu acredito que iram passar rapido, pk nennhuma crise aguenta viver muito tempo em pessoas fortes, fortes como tu! As crises alimentam-se do medo e da fraqueza.. Duas coisas que vejo em ti, mas que estao logo cercadas das coragem e da força.
Sou contra a dosagem de tantas drogas a uma pessoa que por si só está fragilizada.. Nao entendo como os medicos adoram passar a vida a controlar os sintomas, raramente indo ao encontro da origem do problema.. Nao me entendas mal. Nunca na minha vida iria retirar a medicaçao que um médico passou.. Acho que muitas vezes é mesmo necessario.. Este tipo de medicaçao é optima para efeitos rapidos, e às vezes o tempo parece tao pouco...
Toda essa droga a nagevar feliz nas tuas veias, no teu sangue, está a fazer com que toda essa tuamaquina fike cada vez mais fragil.. Mais cansda.. Mais sob-dosada..Precisas de dar um apoio ao teu corpo p que ele aguente todo esse tratamento..
"É um preço, uma multa que vou pagar por ter sobrevivido" - Vejo mais como um efeito secundário..lol! ;)
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Ainda há esperança que tudo acabe bem.