Arrastando o meu cadaver
No papel frases sem coordenação. Na minha cabeça existe um tornado permanente onde as palavras se tentam aglomerar sem sucesso. A força vital escapa-me entre os dedos e arrasto-me pelos corredores de café na mão e cigarro nos lábios. Olho-me ao espelho e evito-me. Receio ver a minha idade mental estampada do meu rosto.
Receio estar a assistir à minha queda, um "burnout" como os médicos lhe chamam. Quero gritar e saltar do barco, mesmo que saiba que a praia está a metros, abençoar a minha pequenez e adormecer na grandeza do sal. Purificação. Estar só no mundo apenas uns minutos, para conseguir respirar. Nunca me senti tão só na vida.
Quero cuspir no ultimo ano da minha vida, queimar todas as recordações e fingir que isto não passou de um sonho mau.
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