O peso da inconveniência
Escrevo hoje, com o coração pesado, que de tanto tentar e sangrar, penso que basta.
Tenho uma exposição preparada, um trabalho que tenho desenvolvido a pensar em todos, sobertudo na pessoa com deficiência/ cegas. Tenho trabalhado religiosamente desde Outubro, errando e refazendo, cerca de 30 horas em cada trabalho (mais material). Em Abril fui conhecer o espaço que me propunham, e após vermos alternativas garatiram-me que teria ajuda.
Queria enviar convites para algumas associações de cá para ver, não só a exposição mas o evento em que está inserido.
Hoje seria o último dia que me asseguraram que poderia começar a trabalhar no espaço.
Não posso.
Estou tão cansada de ter que ir à procura dos responsáveis e fazê-los lembrar do meu projecto - projecto que (creio) quiseram.
Não vejo um semblante de genuíno interesse. Acabei de falar com o responsável que nem fazia ideia desta vertente deste projecto. Disse-me que faltava pouco para a abertura. Eu sei. Estou a tentar preparar e insistir há mais de um mês.
Todos os outros projectos estão a ser assegurados e estão a acontecer. Parece que a minha presença só é apreciada quando chega a vez de limpar. Quantas designações cabem aqui neste relato?
Estou cansada de lutar - a luta só me tornou numa pessoa não-grata aos olhos dos outros. Um incómodo. Gostava apenas que fossem frontais para poder voltar em paz e pensar que fiz tudo o que podia.
Mais de um mês de angústia, problemas e outras dificuldades que são tantas que nem quero enumerar.
Que seja tudo isto um terrível engano e que a minha percepção esteja errada, pois certa não estou aqui a fazer nada.
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