Dor profunda

Ola

olá uma vez mais. Daqui fala-vos aquela voz pobre de quem tem o mundo na boca mas que não sai por via duma afasia doentia provocada por um deus qualquer igualmente doentio. As noites são lugares de solidão e os dias de negação, não há muito por onde a vontade possa manifestar-se. As vozes de outra que não sou, o movimento que gostaria de ser, a cabeça perdida numa viagem de fuga para refugiar-se dum monstro que está constantemente a morder-lhe o lóbulo frontal... os planos de outrora não passam já de sonhos. Ainda ontem tinha 18, 50kg e noites de choro, talvez o meu dedo que adivinha estivesse a sofrer por antecipação, ainda ontem tinha 21, 56kg e abraçava a multidão, a cerveja e o trabalho, ainda ontem tinha os mesmos 21, os mesmos 56kg e quem me abraçou foi a queda que me fez que estou a ser, o quê não sei, mas rezo ao chapéu de coco.
Mas agora sei que nada é como devia ser, adeus teatro que te amo tanto, mas eu não sou quem era e não consigo abraçar-te só uma uma mão.

Comentários

UIU disse…
mas podes afagar...

_bjs*
Anónimo disse…
saudades de te ler... saudades de conversar.... bj.. malui
Anónimo disse…
Teatro é a tua grande paixão, mas é a única? Escreves muito bem. Mesmo. E se um dia escreveres algo mais extenso e estruturado, aposto que muitas pessoas gostariam de ler.

É facil sentir empatia por pessoas extraordinárias que têm de superar obstáculos pouco habituais na sua vida. E vês livros e palestras sobre todos eles. Um destes dias descobres uma nova carreira num tipo de palco diferente - motivation coach (como este gajo - Nick Vujicic)
Este comentário foi removido pelo autor.
és parva...
uma mão não chega? os abraços dão-se com o coração: os braços são um acessório ;)

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